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Outubro 2025 - Safra e Exportações Brasileiras

Visão geral


O início da safra está próximo — algumas áreas já começaram o plantio, mas nada significativo até o momento. As intenções de área plantada ainda apontam para uma redução de 30 a 35%, e isso parece cada vez mais próximo de se confirmar.
Os preços da matéria-prima estão mais baixos do que vimos desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, porém o produto disponível é, em sua maioria, de qualidade inferior.

A feira Anuga não trouxe grandes mudanças ao mercado: os fornecedores mencionam muita especulação e poucos negócios efetivos. Enquanto alguns afirmam que os preços se mantiveram estáveis, outros relatam ofertas muito baixas de alguns fornecedores mais desesperados para vender.

Fora da União Europeia, a Rússia demonstrou alguma demanda, mas apenas para contratos spot (de entrega imediata), enquanto a demanda chinesa continua em queda, com ofertas de compra (BIDs) em níveis muito baixos e pouco atrativos, não resultando em novos negócios.

Exportações

As exportações de amendoim mantiveram-se estáveis. No entanto, como esperado e mencionado em relatórios anteriores, as exportações para a China começaram a cair, resultado da safra chinesa, que reduziu a necessidade de produto importado.

As exportações de óleo de amendoim diminuíram significativamente, também como consequência da colheita chinesa e da redução na demanda.

Comparando com agosto, a China reduziu suas importações do Brasil em cerca de 8 mil toneladas de óleo de amendoim (equivalente a 20 mil toneladas esmagadas) e 4 mil toneladas de amendoim in natura — o que representa um total de cerca de 24 mil toneladas de amendoim.

Isso demonstra o que já é amplamente conhecido: a grande influência da demanda chinesa no mercado. Essa queda era esperada — trata-se de um mercado sazonal, como qualquer produto agrícola — e o Brasil aparentemente aproveitou bem a janela de oportunidade para vender o máximo possível de produto de qualidade inferior. Isso foi crucial para evitar um desequilíbrio ainda maior entre oferta e demanda.


Amendoim

Total

Exportações de amendoim em 2025 x 2024.

Exportações brasileiras de amendoim, NCM 12024200, Ministério da Agricultura.

Durante setembro, o Brasil exportou cerca de 30 mil toneladas de amendoim, o que representa um aumento de 19% em comparação com setembro de 2024, e nenhuma alteração em comparação com agosto de 2025. Embora a China tenha diminuído suas importações, a UE (União Europeia), a Rússia e a Argélia recuperaram os números e mantiveram as exportações no seu nível, o que é muito bom para o Brasil. Ainda assim, a China representa 1/3 do volume total exportado neste mês.

Este volume adiciona-se a um total de 208 mil toneladas de amendoim exportadas este ano, 25% a mais do que no mesmo período do ano passado. Vimos uma média de 23 mil toneladas até agora, que, se mantida, pode levar as exportações brasileiras a cerca de 276 mil toneladas. Seria um número muito bom, embora difícil de alcançar. Vejamos o que os próximos meses reservam.

Destino

Volumes exportados para os principais destinos.

Exportações brasileiras de amendoim, NCM 12024200, Ministério da Agricultura.

As exportações para a China caíram drasticamente, cerca de 7 mil toneladas, enquanto Rússia, União Europeia e Argélia aumentaram aproximadamente 1,5 mil toneladas cada. Embora as importações chinesas devam manter essa tendência de queda, é mais difícil compreender o comportamento dos demais destinos.

A demanda da União Europeia está muito fraca, portanto, o volume atual provavelmente se refere a contratos passados que estão sendo cumpridos. A Rússia encontra-se em sua alta temporada, o que explica o aumento nas exportações e há uma expectativa de que essa tendência se mantenha. Já as exportações para a Argélia vinham em queda constante devido a problemas de inadimplência, mas agora parecem estar se recuperando — ainda que não se saiba por quanto tempo essa retomada será sustentável.

Óleo de Amendoim

Exportação de óleo de amendoim em 2025 x 2024

Exportações brasileiras de óleo de amendoim, NCM 15081000, Ministério da Agricultura.

As exportações brasileiras de óleo de amendoim em setembro foram de cerca de 10 mil toneladas, representando uma queda de 31% em relação ao mês anterior e um aumento de 80% em comparação com setembro de 2024.

Esse volume eleva o total anual para aproximadamente 108 mil toneladas de óleo de amendoim exportadas — apenas 12 mil toneladas abaixo do ano recorde de 2022 —, um aumento de 162% em relação ao ano passado, resultado fundamental para o Brasil.

Embora as exportações devam manter uma tendência de queda nos próximos meses, ainda é possível que o país alcance um novo recorde anual, impulsionado pelos volumes excepcionalmente altos registrados desde fevereiro.

Destino

Volumes exportados para os principais destinos.

Exportações brasileiras de óleo de amendoim, NCM 15081000, Ministério da Agricultura.

Como de costume, a oscilação nas exportações de óleo de amendoim se deve principalmente às importações chinesas, que somaram cerca de 8,5 mil toneladas — uma redução de aproximadamente 3,5 mil toneladas. As importações italianas também caíram, com uma diminuição de cerca de 1,1 mil tonelada.

Disclaimer: Todas as informações publicadas são verificadas com diversos processadores e produtores no Brasil. Não se trata de opiniões pessoais, mas sim de uma média das percepções dos principais agentes do mercado. 11 de outubro de 2025.

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